sábado, 22 de setembro de 2012

Nota pública do PSTU de Montes Claros sobre a cassação da candidatura de Filipe Gonçalves à prefeitura

Montes Claros, 22 de setembro de 2012
 

No dia 20 de setembro, a juíza eleitoral de Montes Claros, a Exma. Sra. Cibele Maria Lopes Macedo, julgou procedente o pedido de cancelamento da candidatura de Filipe Gonçalves e de destituição do diretório municipal solicitado pelo PSTU (direção nacional, estadual e municipal) devido à constatação de desvios de conduta de Filipe na campanha e por não ter defendido o programa do partido nas eleições.

A sentença de cassação da candidatura de Filipe Gonçalves

Nos autos, a juíza observou que o partido “seguiu os trâmites legais para se chegar à expulsão de Filipe Gonçalves Gusmão da agremiação do PSTU”. Em sua sentença, afirmou que o pressuposto de decidir sobre a expulsão de Filipe e de destituir o diretório é ato interno do partido, não cabendo a ela o mérito de julgar sobre essa questão, apenas sobre o pedido feito pelo partido. A partir da sua expulsão, Filipe se tornou inapto para participar das eleições.

A sentença da Exma. Sra. Cibele determinou ainda a “imediata suspensão de veiculação e cancelamento de toda e qualquer propaganda eleitoral gratuita do candidato (...) às eleições em 2012, oficializando as emissoras de rádio e televisão (...) para cumprirem os termos desta decisão”. Por fim, a juíza intimou Filipe a prestar contas dos gastos do período em que efetivamente participou da campanha.

Para o PSTU foi muito importante o encerramento desse processo incômodo de observar um individuo defender uma série de propostas na televisão e no rádio alheias ao programa defendido historicamente pelo partido.

Entendemos que esse desfecho faz justiça a história do PSTU, que nunca nas eleições abriu mão do seu princípio de independência política e financeira, nunca se aliou a qualquer partido burguês, nunca recebeu um centavo de empresários ou de latifundiários em nossas modestas campanhas eleitorais e sempre nos colocamos com um perfil socialista, independente e de luta.

Lamentamos o fato de não existir uma alternativa política nessas eleições para os trabalhadores de Montes Claros. Uma candidatura com o perfil do PSTU teria cumprido um papel educativo muito importante e seria uma real alternativa aos trabalhadores e a juventude. Infelizmente, Filipe Gonçalves e o diretório não estiveram à altura de realizarem essas tarefas.

Existe uma falsa polarização política entre os candidatos, mas muitos deles já estiveram juntos e aliados. Todos são financiados por grandes empresários e grandes produtores e todos representam, sem exceção, apenas os poderosos da cidade. Ruy Muniz (PRB), Jairo Ataíde (DEM), Humberto Souto (que substituiu Athos no PSB) e Paulo Guedes (PT/PC do B) não governarão Montes Claros para os trabalhadores, nem vão resolver os problemas deixados por Tadeu Leite.

Com o propósito de apresentar uma alternativa política diferente das existentes no cenário eleitoral de Montes Claros, ao final de 2011 um grupo de trabalhadores, incluindo Filipe e o presidente do diretório, Odair Rocha, procurou o PSTU com interesse em lançar uma candidatura independente à prefeitura com o perfil ideológico do partido.

Depois de muitas discussões, que duraram quase um ano e que culminaram na convenção eleitoral, nunca, em nenhum momento, nenhum membro demonstrou desacordo aos princípios colocados pela direção local e estadual do partido.

Mas foi dar início à campanha eleitoral na televisão e no rádio, Filipe passou a descumprir todos os acordos políticos estabelecidos e começou a decidir tudo a respeito da campanha, incluindo os programas eleitorais, sem o consentimento da direção do partido e não quis mais seguir as diretrizes de campanha elaboradas pelo PSTU, como o programa, as propostas, roteiros de entrevistas, roteiros de propaganda, agenda de campanha, slogans e tudo mais.

Depois de muitos problemas, o estopim para expulsarmos Filipe Gonçalves foi o fato do primeiro programa eleitoral da TV ter sido veiculado sem a autorização prévia da direção estadual do partido, conforme estava previsto no acordo. Outro fato grave foi a entrevista concedida ao jornal MGTV 2ª edição, quando defendeu a espúria proposta de dar isenção fiscal a empresários para desenvolver a economia de Montes Claros, algo “alienígena” ao programa do PSTU.

Na medida em que se desenvolveu a campanha, nos debates e nos programas, ficou claro que Filipe feriu outro princípio fundamental estabelecido pelo PSTU e que ele tinha concordado. A obrigatoriedade de uma clara diferenciação política de todos os outros os outros partidos e candidatos (DEM/PSDB, PRB/PMDB, PSB/PPS e do PT/PC do B), algo que não ocorreu em seu discurso e nos programas. Sem dizer nas barbaridades políticas que disse e na falta de propostas viáveis e realistas de sua campanha.

Essas foram as principais razões políticas que nos levaram a expulsar Filipe Gonçalves, destituir o diretório municipal e pedir o cancelamento da candidatura. O fato de ferirem gravemente vários artigos do estatuto do partido e dos princípios políticos e programáticos construídos pelo PSTU ao longo da sua trajetória.

Compreendemos que além da luta, é necessário participar das eleições para apresentar uma alternativa classista aos trabalhadores, disputar a consciência da nossa classe para a viabilidade das propostas socialistas e colocar a campanha eleitoral a disposição das lutas que estiverem em curso. Apesar de compreender a necessidade de participar das eleições, o PSTU não é um partido eleitoreiro como os outros, que funcionam apenas quando estão em período eleitoral. O PSTU é diferente.

O PSTU é um partido novo na cidade, que vem se construindo junto à classe trabalhadora e a juventude nas lutas sociais de Montes Claros. Esse é o campo de atuação do PSTU, ou seja, além das eleições, prioriza fortalecer as lutas, os sindicatos, os movimentos sociais, as mobilizações e greves protagonizadas pelos trabalhadores e pela juventude de nossa cidade.

Esse é o nosso objetivo em Montes Claros. Construir o PSTU como um partido dos trabalhadores e da juventude de nossa cidade. Venha construir o PSTU conosco.

PSTU Nacional
PSTU MG
PSTU Montes Claros

Veja abaixo a cópia da sentença!

Acesse:
Blog: www.pstumoc.blogspot.com
Facebook: www.facebook.com/Pstu Montes Claros
Twitter: www.twitter.com/pstumoc

 
 

VEJA A SENTENÇA DA JUÍZA ELEITORAL

Fonte: site do TSE


Despacho em 21/09/2012 - PET Nº 113931 EXMO CIBELE MARIA LOPES MACEDO     
Mantenho a decisão de f. 36/38.

Recebo o recurso de f. 41/52.

Intime-se o requerente para contrarazoar o recurso no prazo legal.

Após, remeta-se os autos à 2ª instância para julgamento do recurso.

M. Claros. 21/09/2012, às 17:00 horas.

Cibele Maria Lopes Macedo

Juíza de Direito.
Sentença em 20/09/2012 - PET Nº 113931 EXMO CIBELE MARIA LOPES MACEDO     
JUSTIÇA ELEITORAL DE MINAS GERAIS

184ª ZONA ELEITORAL DE MONTES CLAROS                                                           Petição nº 1139-31.2012.6.13.0185


Protocolo nº 461.274/2012

Vistos, etc...


Trata-se de pedido do Diretório Nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado- PSTU de cancelamento da candidatura à prefeito de Montes Claros-MG de Filipe Gonçalves Gusmão tendo em vista a expulsão do mesmo do partido e a dissolução do Diretório em Montes Claros.


Regularmente notificado Filipe Gonçalves Gusmão apresenta defesa escrita à f. 16/25.

Parecer ministerial à f. 28/29.

Vieram os autos conclusos. Passo a decidir.

DAS PRELIMINARES

O Juízo Eleitoral local é competente para analisar o pedido de registro de candidatura a Prefeito e Vereadores nestas eleições de 2012 na Comarca de Montes Claros.

Portanto, também é competente para analisar qualquer pedido de impugnação ou cancelamento de referidas candidaturas, motivo o qual rejeito a preliminar de incompetência da justiça eleitoral local para dirimir sobre o presente pedido de cancelamento de candidatura.

Rejeito a preliminar de carência de ação, uma vez que, o pedido fora protocolado, atendendo aos princípios da legislação que rege a espécie, permitindo apurar-se a pretensão da parte Requerente.

Rejeito ainda a preliminar de ilegitimidade de parte ativa uma vez que as representações e reclamações da Lei 9.504/97 podem ser subscritas por delegados ou presidentes dos partidos e, no caso, o Sr. Bruno Colares Soares Figueiredo Alves é Delegado Nacional do PSTU e advogado regularmente inscrito na OAB, e é quem subscreve a petição inicial, tendo a capacidade postulatória para, em nome do partido, pleitear direitos ou respostas da justiça eleitoral no que se refere à matéria de elegibilidade de candidatos do referido partido.

DO MÉRITO

Verifica-se pelo documento de f. 34/35 que o Requerente seguiu os trâmites legais para se chegar à expulsão de Felipe Gonçalves Gusmão da agremiação do PSTU.

O mérito da decisão do Diretório Nacional do PSTU que culminou com a expulsão do Requerido Filipe Gonçalves Gusmão do seu quadro partidário e da dissolução do Diretório Municipal do PSTU em Montes Claros, gerando o presente pedido de cancelamento de candidatura, é ato interna corporis do próprio partido, não cabendo qualquer análise desta decisão à Justiça Eleitoral. Neste sentido:

REGISTRO DE CANDIDATURA: INELEGIBILIDADE (CONSTITUICAO, ART. 14, PARAGRAFO 3, INCISO V).

CANDIDATO EXPULSO DO PARTIDO: CANCELAMENTO DO REGISTRO.

DESCABE, NA ACAO DE ANULACAO DO REGISTRO DE CANDIDATURA POR FALTA DE FILIACAO PARTIDARIA EXAMINAR O MERITO DA DECISAO DO PARTIDO DE EXPULSAR O CANDIDATO.

RECURSO NAO CONHECIDO.

RCD - REGISTRO DE CANDIDATOS nº 10822006 - Belo Horizonte/MG

Acórdão nº 2810 de 06/09/2006

Relator(a) CARLOS AUGUSTO DE BARROS LEVENHAGEN .

Caberia ao Requerido, através de ação própria, discutir o mérito da decisão que o expulsou do PSTU, apresentando as teses da defesa de f. 19/24, no sentido de reverter referida decisão, o que não ficou demonstrado nos autos, não havendo impedimento para análise deste juízo do pedido inicial.

À Justiça Eleitoral local cabe somente decidir sobre o cancelamento ou não do registro da candidatura de Filipe Gonçalves Gusmão a Prefeito de Montes Claros/MG.

Assim, com a expulsão do candidato Filipe Gonçalves Gusmão do quadro partidário do PSTU, o mesmo ficou inapto para concorrer ao pleito municipal, diante da ausência de filiação partidária regular do candidato, que, com a sua expulsão do PSTU perdeu sua condição de elegibilidade.


Pelo exposto, julgo procedente o presente pedido, cancelando o registro da candidatura de Filipe Gonçalves Gusmão a Prefeito de Montes Claros/MG, nas eleições de 2012, pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado- PSTU, nos termos do art. 14 da Lei 9.504/97 c/c art. 66 da Resolução do TSE nº 23.373.

Assim, determino a imediata suspensão de veiculação e cancelamento de toda e qualquer propaganda eleitoral gratuita do candidato Felipe Gonçalves Gusmão à Prefeitura de Montes Claros nas eleições 2012, oficiando-se as emissoras de rádio e televisão credenciadas para veicular referidas propagandas para cumprirem os termos desta decisão.

Publique-se. Registre-se e intimem-se, com urgência.

Intime-se ainda o Requerido, ressaltando-se que o mesmo ainda deverá prestar as contas do período em que efetivamente participou do pleito eleitoral, cumprindo as regras do procedimento eleitoral.

Intime-se o PSTU desta decisão para, caso queira, promover a substituição do candidato à prefeito de Montes Claros/MG, em atendimento ao art. 67 da Resolução 23.373/2011 do TSE.

Montes Claros, 20 de Setembro de 2012 às 10:00 horas.

Cibele Maria Lopes Macedo
-  Juíza de Direito Eleitoral em Substituição


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tadeu Leite e seus comparsas apoiadores mandam a Tropa de Choque reprimir o Grito dos Excluídos em Montes Claros!

Um verdadeiro absurdo! Essa é a única forma de ilustrar o que aconteceu no Grito dos Excluídos realizado no último dia 07 de setembro em Montes Claros. Depois de uma passeata vitoriosa, a mobilização foi impedida pela Tropa de Choque da Polícia Militar de ingressar na avenida e participar das atividades oficiais do desfile, reprimindo os manifestantes com uma brutalidade desproporcional que fez lembrar os tempos da ditadura militar.
Ao entrarmos na avenida no sentido em que se realizava o desfile oficial, a mobilização, guiada pela própria Polícia Militar, entrou na frente de um grupo pago para fazer campanha para Ruy Muniz, o que deixou-os muito insatisfeitos. Primeiramente, enviaram um provocador para tentar causar briga e conflito dentro da manifestação. Em seguida, a Tropa de Choque se posicionou para barrar os manifestantes com um cordão fortemente armado, com escopetas na mão e cacetetes, para permitir a passagem do grupo de Ruy Muniz.

Depois de muito tempo tensionando o movimento, a Tropa de Choque liberou a passagem e por uma segunda vez, a poucos metros do local acordado para o movimento finalizar a manifestação pacífica, realizou outra barreira. Alguns que tentaram passar por fora do cordão, pela calçada, assim como o grupo de Ruy Muniz fez, foram agredidos pela PM com uma violência desmedida.

Houve princípio de tumulto, diversos policiais empunharam escopetas e apontaram aos manifestantes, criando um pânico sem a menor necessidade, demonstrando a irresponsabilidade com a segurança dos manifestantes e da população que ali estava, com crianças presentes, em nome de beneficiar os poderosos de Montes Claros.

Um militante do Levante Popular da Juventude foi detido e jogado em uma cela como um criminoso comum, acusado de não obedecer ao comando da PM, o que é um flagrante desrespeito aos direitos humanos, visto que o estudante da Unimontes apenas passava por fora da barreira policial e não resistiu em momento nenhum, apesar da brutalidade com que foi imobilizado.

Democracia já em Montes Claros!

Em nossa opinião, o que ocorreu foi uma demonstração de como os governantes e pretensos candidatos tratam as mobilizações dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre de nossa cidade: como criminosos, como contraventores da ordem, como baderneiros, onde, para Tadeu Leite e Ruy Muniz e todos os outros, as manifestações sempre são casos de polícia. Tanto isso é verdade que nenhuma candidato se pronunciou contrário a repressão e fingem que nada aconteceu.

A criminalização dos movimentos sociais em Montes Claros e no norte de Minas Gerais precisa acabar. Chamamos todas às organizações sindicais, estudantis e dos movimentos sociais de Montes Claros e de todo o Brasil a repudiarem a atitude dos responsáveis pela repressão desmensurada que a Tropa de Choque e a Polícia Militar,  a mando de Tadeu Leite e Ruy Muniz, protagonizou no último dia 07 de agosto! Vamos defender os nossos direitos!

Que os direitos democráticos de manifestação sejam respeitados em Montes Claros! Basta de repressão!

PSTU de Montes Claros