O Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) de Montes Claros vem por meio
deste, comunicar a todos os trabalhadores e a juventude de nossa cidade que
Filipe Gonçalves não é mais candidato à prefeitura de Montes Claros pelo nosso
partido e que, junto com a direção estadual, já realizamos todos os
procedimentos para a destituição do candidato e a sua expulsão do partido (veja
documentação abaixo da reportagem). Afirmamos que nenhum programa ou entrevista concedida durante
a campanha eleitoral por Filipe Gonçalves veiculado na TV e no rádio representa
a opinião ou expressa a linha política do PSTU.
Filipe
Gonçalves e um pequeno grupo de trabalhadores descontente com as alternativas
políticas existentes em Montes Claros entraram em contato com o PSTU ainda em
2011 e demonstraram disposição para lançar uma candidatura alternativa para as
eleições municipais, a partir de um acordo democrático, com princípios
políticos e programáticos mínimos estabelecidos pelo partido, assim como ocorre
em outras cidades onde o PSTU não existe como partido organizado.
O PSTU é um
partido novo na cidade, que vem se construindo junto à classe trabalhadora e a
juventude nas lutas sociais de Montes Claros. Esse é o campo de atuação do
PSTU, ou seja, apoiar e fortalecer as lutas, os sindicatos, os movimentos
sociais, as mobilizações e greves protagonizadas pela nossa classe. Apesar
disso, consideramos fundamental apresentar durante o período eleitoral uma
alternativa aos trabalhadores e a juventude que seja diferente e dispute com as
alternativas tradicionais apresentadas pelos partidos da direita tradicional, como
o PSDB, DEM, PSB e PMDB, mas também àquela apresentada pelo PT. Isso porque é
necessário desmascarar a falsa polarização existente entre os candidatos que
atualmente disputam as eleições em Montes Claros, visto que todos representam
um mesmo projeto político: governar para os ricos e poderosos.
A partir dessa
política geral, os princípios estabelecidos pelo PSTU de Montes Claros, construídos
em acordo com a direção estadual do partido, e aceitos por todo o diretório, pela
convenção eleitoral e por Filipe Gonçalves em todos os momentos da negociação, incluía,
entre outros pontos, assumir o lema “Montes Claros para os Trabalhadores” e ter
um perfil político e programático independente, classista e socialista para as
eleições municipais. Concretamente, isso significava não aliar-se (formalmente
ou informalmente) a nenhum outro partido burguês (DEM, PSDB, PMDB, PSB e
outros), nem ao PT, o que implicava uma diferenciação permanente de Jairo
Athaíde, Ruy Muniz, Athos Avelino e também de Paulo Guedes. O único espectro de
aliança autorizado em nível nacional pelo PSTU é o PSOL que, infelizmente,
aliou-se com o PRP da cidade, impossibilitando uma frente de esquerda em Montes
Claros.
Outro
princípio exigido pelo partido foi à independência financeira e a recusa em
aceitar recursos de empresas e latifundiários para financiar a campanha
eleitoral, como fazem todos os outros candidatos, com suas milionárias
campanhas publicitárias preparadas pelos marqueteiros profissionais para iludir
e enganar a população que vão transformar a realidade de Montes Claros.
Essa
negociação política, acompanhada pela direção local, sempre teve dificuldades
de toda espécie, já esperados pelo partido, mas que ainda não impediam a
candidatura porque ainda não rompiam com o protocolo estabelecido. Mas isso
começou a mudar à medida que a campanha se aproximou do início e o primeiro ato
de desconfiança que Filipe Gonçalves cometeu foi entrar com uma ação de
impugnação contra a candidatura de Athos Avelino à revelia da direção local do
partido.
Depois de uma
severa repreensão, exigimos que ele comprovasse que não tinha sido “laranja” de
nenhum candidato com a ação, demonstrando que o advogado não era o mesmo de
Jairo Athaíde ou de outro candidato qualquer. Exigimos também a assinatura de
um termo público onde ele se afirmasse publicamente que não tinha e não teria
entendimento político com nenhuma outra candidatura apresentada nessas eleições
(veja documentação em anexo). Como Filipe e o diretório apresentaram essa
documentação, assim como a assinatura do termo público de compromisso,
amplamente divulgado à imprensa local e estadual, o partido resolveu conceder
uma última oportunidade pela importância do projeto.
Porém, a
situação se tornou insustentável quando Filipe Gonçalves passou a gravar programas
de TV e conceder entrevistas sem seguir a linha política estabelecida pelo PSTU
estadual e local. Isso ocorreu primeiramente na entrevista ao MGTV 2ª Edição realizada
em 20/08 (veja roteiro preparado pelo PSTU abaixo da reportagem), quando em cinco minutos
toda a discussão realizada em mais de um ano foi por água baixo, principalmente
quando passou a defender “isenções fiscais a empresas” como
forma de desenvolver economicamente Montes Claros, proposta totalmente
antagônica e estranha ao programa do PSTU, entre outras barbaridades políticas.
Com isso, Filipe Gonçalves se igualou, definitivamente, a qualquer outra
candidatura apresentada nessas eleições em Montes Claros e demonstrou o quanto
é mau caráter por fazer toda essa manobra apenas para garantir um acordo espúrio
em troca de algum cargo numa futura administração de quem quer que ganhe essas
eleições. Esse é o vale tudo para ganhar as eleições ou se favorecer da
política para adquirir privilégios pessoais. Não aceitamos isso no PSTU.
Essas são as
razões fundamentais pelas quais estamos cassando a candidatura e também destituindo
o diretório municipal até o fim dessas eleições, visto que, infelizmente, nenhum
membro do diretório esboçou qualquer reação e mantiveram-se, na prática, a
favor de Filipe e a sua postura intransigente. Além de expulsar Filipe
Gonçalves, Carlos Silva (candidato a vice) e Odair Rocha (presidente do
diretório), estamos fazendo o mesmo com todos os outros membros. Estamos
buscando todos os esforços para retirar os programas de TV de Filipe e evitar
que esse indivíduo sem escrúpulos e traiçoeiro possa se utilizar do nome do
PSTU indevidamente.
Por fim,
reafirmamos nosso compromisso intransigente com os trabalhadores e a juventude
de nossa cidade e nossa disposição de seguir construindo um partido militante e
combativo que seja uma alternativa de luta e socialista para os trabalhadores,
operários, à juventude, servidores públicos e para todo povo pobre de Montes
Claros. Conheça o PSTU! Venha construir o PSTU em Montes Claros!
PSTU Montes Claros
PSTU Estadual
ANEXO 1
CÓPIA DO PROCESSO DE EXPULSÃO E CASSAÇÃO DA CANDIDATURA DE FILIPE E DESTITUIÇÃO DO DIRETÓRIO MUNICIPAL
Processo
de Registro de Candidatura n° 66038.2012.613.0184
Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado, Diretório Nacional, por meio de seu delegado infra assinado, mui respeitosamente,
vem a presença de Vossa Excelência requerer o CANCELAMENTO DA CANDIDATURA pelos
motivos que passa a expor:
- Considerando que o Partido tem normas de
funcionamento interno disciplinadas no Estatuto. Considerando que existe
um programa de diretrizes a ser seguido e que os candidatos devem divulgar
tal programa; nos termos dos Artigos 11 e 41, G do Estatuto.
- O Sr. FILIPE GONÇALVES GUSMÃO
efetivamente infringiu tais dispositivos. Principalmente quando rompeu com
o Programa defendido pelo Partido, defendendo propostas contrárias a tal
programa.
- Segue anexa carta enviada ao mesmo
comunicando-lhe do Cancelamento de sua candidatura. Tendo inclusive sido
aberto processo de expulsão do Partido e sido dissolvido o Diretório de
Montes Claros.
- Considerando a autonomia conferida aos
Partidos pelo Art. 17 da Constituição Federal. Portanto, a decisão sobre
lançar ou manter uma candidatura é uma decisão interna dos Partidos. No
caso concreto, a Direção Nacional tem o poder sobre os nomes de candidatos
a prefeito. Portanto, usando de tal poder pode também cancelar quando
julgar pertinente tal candidatura. Deste modo a mesma desde já encontra-se
devidamente cancelada.
- Diante do exposto, requer que este
respeitável Juízo homologue a decisão da Direção Nacional do Partido de
cancelar a referida Candidatura.
Nestes
termos
Pede
e espera deferimento.
Campinas,
24 de agosto de 2012
Bruno Colares Soares Figueiredo Alves
OAB-SP 295.272
Delegado Nacional do PSTU
anexo 2
Roteiro de preparação feita pelo pstu para a entrevista concedida por filipe ao MGTV 2 edição
Entrevista Filipe Gonçalves
InterTV - roteiro
1. Qual a sua prioridade número
um?
Em primeiro lugar, gostaria de
desejar uma boa noite para os trabalhadores montesclarenses e suas famílias que
estão nos assistindo. Os operários das indústrias, comerciários, trabalhadores
rurais, professores, servidores públicos municipais, desempregados, estudantes,
aos moradores da comunidade grande Eldorado, todos os outros bairros e todos aqueles que são da classe
trabalhadora. Queria dizer a vocês que minha candidatura pelo PSTU de Montes
Claros não é uma aventura.
E não é uma aventura porque a
prioridade número um de meu governo será governar para os trabalhadores,
construir uma Montes Claros para os Trabalhadores. Isso não á aventura, é
compromisso de inverter a prioridade da prefeitura, que na atual gestão e em
outras do passado, governaram, sem exceção, para os ricos e poderosos de nossa
cidade e do norte de Minas, e abandonaram os trabalhadores e o povo pobre da
cidade e da área rural do entorno a míngua, sem emprego, nas filas dos
hospitais públicos, sem medicamentos nos postos de saúde, com os filhos em
escolas com péssima merenda, com transporte público caro e ruim, sem segurança,
sem lazer e educação de qualidade.
É muito fácil vir aqui e prometer
mundos e fundos, principalmente na sáude, que é a necessidade mais sentida pelo
povo de Montes Claros. Na verdade, todos os outros candidatos virão aqui e vão
prometer que resolverão todos os problemas da cidade. Vão resolver a saúde
pública, a educação pública e o transporte público. Mas nenhum deles se trata
nos hospitais públicos, não colocam seus filhos na escola pública e não andam
de ônibus porque todos são ricos e têm dinheiro para pagar esses serviços. O
povo está cansado de promessa eleitoral que nunca se cumpre.
É possível modificar essa
situação. Mas para isso é necessário ter coragem de investir nessas áreas
sociais, porque o município é rico, arrecada quase R$ 500 milhões por ano,
então não é por falta de dinheiro. Dinheiro tem. O que tem que fazer é acabar
com corrupção e os desvios de recursos, como o que aconteceu com a merenda das
escolas, com os contratos superfaturados e todo tipo de esquema de
enriquecimento ilícito e investir todos os recursos do município para pagar a
dívida social que a prefeitura tem com os trabalhadores e o povo de Montes
Claros.
1’47’’00
PLANO DE GOVERNO
Nossa prioridade no plano de
governo será fortalecer a saúde pública, porque hoje os convênios privados
possuem os equipamentos mais modernos, enquanto o SUS está mal equipado e com
poucos médicos e especialistas. Nossa proposta é investir no sistema público de
saúde e aplicar 15% de todo o orçamento
municipal, conforme determina a Constituição Federal, e aumentar esse índice
progressivamente durante os quatro anos de mandato. Hoje, isso
seria aproximadamente R$ 75 milhões para investir na saúde.
Somente assim é possível resolver
o problema da saúde em Montes Claros. Dessa forma, é possível abrir concursos
para contratar médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde, com
remuneração e carreira justas, em número suficiente para diminuir as filas nos
hospitais e nos atendimentos; comprar equipamentos modernos em número
suficiente para atender a demanda; fortalecer o Programa Saúde da Família com
profissionais e equipamentos; garantir os medicamentos nos postos de saúde e um
atendimento médico digno aos trabalhadores e ao povo pobre de Montes Claros.
0’50’’00
Já na Educação, é inadmissível o que está acontecendo com a merenda
escolar. É um crime que os responsáveis já deveriam estar presos. Servir pipoca
e Ki-Suco para as nossas crianças é não ter alma. Nossa proposta é investir 25%
de todo o orçamento municipal, conforme determina a Constituição, e aumentar
progressivamente esse percentual durante o nosso governo.
Dessa forma podemos garantir uma
merenda de qualidade para nossas crianças. Mas a educação municipal não é só a
merenda. Ela é importante, mas também é importante aumentar o número de creches
públicas que ofereçam um serviço de qualidade para as crianças, em tempo
integral, permitindo que as mulheres trabalhadoras possam trabalhar tranquilas.
Vamos implantar a escola integral em Montes Claros, oferecendo as crianças uma
formação diversificada no turno da tarde, como esportes, música e artes em
geral. Por último, vamos implantar um Plano de Carreira aos professores e
servidores da educação que realmente valorize o trabalho desses profissionais.
0’47’’00
Transporte e Trânsito
O transporte público de Montes
Claros está com sérios problemas para atender a população trabalhadora e a
juventude com qualidade. As imagens da população espremida nos ônibus,
mostradas pelo jornal MGTV de ontem, são chocantes e causam indignação. Mais
chocante ainda é o preço da tarifa.
Tudo isso ocorre porque a
MCTrans, que juridicamente é uma empresa pública, foi concedida para ser
administrada por uma empresa privada. Esse é o principal motivo que torna o
transporte público em Montes Claros problemático. Todo funcionamento da empresa
está voltada para garantir a margem de lucro da empresa, que investe apenas o mínimo.
Mas esse mínimo não comporta mais o crescimento da cidade. A consequência disso
são tarifas caras, pouca frota disponível, rotas insuficientes, ônibus lotados
e aumento de número de carros nas ruas e no centro.
O meio passe conquistado pela
juventude depois de muita mobilização foi uma conquista dos estudantes
secundaristas e universitários, mas a atual administração criou regras para
dificultar o acesso dos estudantes ao meio passe.
De imediato, nossa proposta será
negociar a redução das tarifas e o aumento da cobertura e da frota de ônibus
nos horários de picos e nas periferias das cidades. Além disso, nossa proposta
é negociar meio passe para qualquer estudante, secundarista ou universitário simplesmente
apresentando a carteirinha das suas organizações estudantis. Fim do cadastro
compulsório para ter acesso ao meio passe.
Em médio prazo, nossa proposta é
construir um sistema efetivamente público de transporte, administrado pela
prefeitura, através da estatização da MCTrans e colocá-la sob controle dos
trabalhadores. Dessa forma, seria possível investir na compra de ônibus
melhores, abrir concurso para motoristas e cobradores, ampliar a frota e a rede
de cobertura, tudo isso com uma tarifa menor, bem menor do que a atual.
Transporte precisa ser tratado como um serviço público essencial, e não como uma
mercadoria. Por último, vamos construir um projeto de lei que concede o passe
livre a estudantes e desempregados.
1’37’’00
Violência
A violência que a juventude da
periferia de Montes Claros é vítima ocorre porque a prefeitura não está
presente com ações socioeducativas preventivas. Sem perspectiva de estudo, de
formação, de trabalho e sem espaços de lazer, o tráfico passa a ser um
atrativo. Não acreditamos que só com medidas repressivas se resolve o problema
da violência. É necessário que a prefeitura crie espaços diversificados de
lazer, de esporte, de estudo e de expressões culturais e artísticas, que crie
espaços de formação para o trabalho, com capacitações profissionalizantes e
cursinhos gratuitos de qualidade para incentivar a escolarização da juventude
dessas regiões e proporcionar uma alternativa e um caminho real para se
desenvolver.
Além disso, vamos intervir com
muitos investimentos na assistência social de famílias que sofrem com o problema
do crack, garantindo tratamento médico e psicoterapêutico de qualidade, ao
mesmo tempo de um trabalho educativo nas escolas da cidade sobre as drogas e os
impactos na saúde da juventude. Somente assim, com a presença da prefeitura nas
comunidades mais carentes, oferecendo serviços públicos de qualidade e
investimentos maciços nas áreas sociais, é possível erradicar a violência de
Montes Claros.
Fechamento
O PSTU de Montes Claros é um
partido novo e vem tentando se construir junto aos trabalhadores como uma
alternativa de classe, independente e socialista para nossa cidade. Queremos
aproveitar a oportunidade e nos solidarizar com os trabalhadores que estão em
luta, como os professores da UFMG de Montes Claros e os servidores federais, em
greve a a mais de três meses por melhorias na carreira docente. Queremos aqui
expressar nosso apoio e solidariedade aos servidores técnicos-administrativos
da UNIMONTES, que se mobilizam pelo direito a gratificação concedida a outros
setores de servidores do Estado de Minas Gerais. O PSTU e a nossa candidatura
se coloca a disposição desses lutadores.
Convidamos todos os operários,
trabalhadores rurais, servidores municipais, estudantes universitários e
secundaristas, a juventude da periferia, todos os setores mais oprimidos da
nossa cidade e todo povo pobre de Montes Claros a participar de nossa campanha,
acompanhar nossos programas, apoiar a nossa candidatura.
O nosso projeto maior é
conquistar uma Montes para os Trabalhadores!
Email: pstumoc@gmail.com
Montes Claros
para os Trabalhadores!
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